O governador Mauro Mendes (DEM) não descarta a possibilidade de vir a propor uma nova reforma administrativa na máquina estadual. O democrata afirma que a medida será necessária caso a atividade econômica nacional siga em queda nos próximos meses.
Para ele, se o cenário continuar em declínio não haverá alternativa a não ser promover novos cortes, tendo em vista que a economia nacional reflete diretamente nos estados e municípios.
“Nós temos que ir acompanhando a evolução da economia brasileira. Já existe um sinal claro de que o PIB, ou seja, a atividade econômica, está em franco declínio este ano no Brasil. E se isso realmente se confirmar, como vem se confirmando nos primeiros meses, vai afetar profundamente a arrecadação. Se entra menos dinheiro, temos que cortar mais despesas”, explicou o chefe do Executivo Estadual durante inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no município de Várzea Grande na manhã desta terça-feira (14).
Mendes afirmou que vem promovendo, de forma silenciosa, uma série de ações que visam à redução de despesas. “Nós estamos tomando várias medidas de maneira silenciosa. Eu não sou uma pessoa que gosta de ficar tomando medidas espetaculosas. Eu faço, no dia-a-dia, medidas importantes de corte de gastos, redução de despesa, tanto que já é perceptível para muitos setores que o Governo já melhora seu desempenho, mesmo no momento de crise”, acrescentou.
Para o governador, um ponto essencial para manter a economia é a aprovação da reforma da previdência no Congresso Nacional. “O Governo Federal e a economia nacional em geral passam por um momento instável, então isso preocupa todos nós. O Brasil já vive há alguns meses, alguns anos aliás, de baixo crescimento econômico. Não adianta espernear, não adianta fazer protesto, o que nós temos que fazer é trabalhar com seriedade e aprovar as reformas”, disse o governador.
Vale lembrar que, a fim de gerar economia e garantir o reequilíbrio fiscal do Estado, em janeiro deste ano Mendes conseguiu a aprovação de uma série de projetos denominado “Pacto por Mato Grosso”. O objetivo do Estado é reduzir o déficit de R$ 3,5 bilhões nas contas públicas.
No total foram implementadas cinco propostas. Entre elas, a definição dos critérios para a concessão da Revisão Geral Anual (RGA) aos servidores, mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), reedição do Fundo Estadual de Transportes e Habitação (Fethab) e a medida que dá autonomia ao Mato Grosso Previdência.
Por conta dessas medidas, Mendes vem conseguindo reduzir o déficit do Estado. Enquanto em janeiro o déficit registrado era de R$ 168 milhões, o governador conseguiu fechar o caixa do Estado em abril com 72,8 milhões em déficit, o que representa uma redução de R$ 95,2 milhões.
Os números foram decaindo gradativamente ao longo dos últimos quatro meses. De R$ 168 milhões em janeiro, para R$ 118 milhões, em fevereiro, R$ 60,9 milhões em março e R$ 72,8 milhões em abril.
Já a arrecadação pulou de R$ 362.934 milhões em janeiro para R$ 1.419.675 bilhões em fevereiro, R$ 1.447.192 em março e R$ 1.488.786.840 no mês de abril.