Segundo o Ministério da Saúde, os dados da vacinação contra a covid-19 devem ser atualizados pelos municípios em até 48 horas após a imunização – isso já contando os problemas com internet e acessos. No entanto, em Mato Grosso alguns municípios demoram até 30 dias para lançar esses dados no site do Ministério, o que compromete o plano de vacinação.
Os dados foram coletados pela Open Knowlodge Brasil, uma organização da sociedade civil (OSC) sem fins lucrativos presente em 66 países que divulga dados públicos em diversas áreas e também faz análises dessas informações.
Segundo a Open Knowlodge, no país 51 municípios não atualizam seus dados no Localiza SUS e Open Data SUS sobre a vacinação. Destes, dois são de Mato Grosso: Pedra Preta (238 km ao sul de Cuiabá) e Alto Paraguai (218 km a médio-norte).
A situação é mais complicada em Alto Paraguai, que além de demorar de 11 a 30 dias para fazer a atualização, em cerca de 5% dos cadastros não foi declarado o grupo prioritário ao qual o vacinado pertence e em até 10% das pessoas cadastradas não há o preenchimento do quesito raça e cor.
Em Pedra Preta, apesar do atraso, todos os cadastros possuem a identificação do grupo prioritário, mas cerca de 25% dos dados não foram preenchidos com raça e cor.
Além dos casos mais graves, municípios como Matupá (695 km ao norte), Alta Floresta (803 km ao norte) e Diamantino (208 km a médio-norte) demoram de 3 a 5 dias para atualizar os dados junto ao Ministério da Saúde. Já em Santa Terezinha (1.312 km a nordeste), Serra Nova Dourada (1.125 km a nordeste) e Canabrava do Norte (1.215 km a nordeste) demoram de 6 a 10 dias para lançar novos dados.
Mesmo diante de tantos atrasos, alguns municípios polo estão com as atualizações em dia, feitas em até 48 horas, conforme a determinação do Ministério. É o caso de Cuiabá, Rondonópolis (212 km ao sul) e Sinop (500 km ao norte), que, apesar de terem problemas com relação ao preenchimento total dos cadastros, ainda conseguem atualizar o número de pessoas vacinadas dentro do prazo estipulado.
Outro lado
A reportagem tentou entrar em contato com as prefeituras de Alto Paraguai e Pedra Preta, mas as ligações não foram atendidas.
