No último sábado, 27 de Abril, o Instituto Centro de Vida marcou os 20 anos do escritório de Alta Floresta com a adoção de uma nascente da cidade. A ação reuniu cerca de 80 pessoas durante a manhã para o plantio de mudas nativas para recuperação da nascente. Com isto, o ICV se tornou parte do projeto Adote Uma Nascente, da prefeitura de Alta Floresta.
“Adotar essa nascente é um símbolo do nosso compromisso permanente com ações que busquem mais qualidade de vida e sustentabilidade na região”, disse Vinícius Silgueiro, coordenador de geotecnologias do ICV.
Para Vinícius, a adoção da nascente também contribui para estreitar pontes com outras ações do ICV em andamento em Alta Floresta, como o projeto que fomenta a criação de corredores verdes restaurando áreas de preservação permanente degradadas.
Renato Farias, diretor executivo do ICV, disse que a celebração teve também o propósito de reforçar os laços da instituição com o município.
“O ICV sempre buscou construir soluções integradas à realidade dos territórios nos quais atua, com diálogo com diferentes setores. Essas características são especialmente marcantes no caso de Alta Floresta”, disse.
Estiveram presentes na ação o coordenador de Projetos Ambientais na Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Alta Floresta, José Alesando Rodrigues, e a secretária de Gestão, Finanças e Planejamento, Elsa Maria Lopes. Os vereadores autores da Lei do Adote uma Nascentes Mequiel Zacarias, Elisa Gomes e Cida Sicutto também participaram do plantio, assim como amigos e amigas do Instituto Ouro Verde, Fundação Ecológica Cristalino e Pecsa.
Duas décadas no Norte
O escritório de Alta Floresta foi inaugurado em 1999, quando a região toda sofria com extensos incêndios florestais. Nessa época, o ICV chegou na região com um grande projeto de mobilização social para reverter essa situação. O Programa Fogo, desenvolvido entre 2000 e 2003, mobilizou milhares de pessoas de vários municípios em atividades de educação ambiental, capacitação para o bom manejo do fogo e na criação de protocolos municipais de combate aos incêndios florestais.
“Estas duas décadas foram de muito crescimento para nós e uma contribuição importante do ICV para a qualidade ambiental não só de Alta Floresta, mas de toda a região”, aponta Renato Farias, alta-florestense de coração e diretor executivo do ICV.
Renato chegou a Alta Floresta em 1979, pouco depois da criação da cidade. Assim como ele, a maior parte da equipe do ICV em Alta Floresta nasceu ou cresceu na região. Todos são testemunhas dos desafios do crescimento regional e da contribuição do ICV para o desenvolvimento sustentável.
Um dos principais marcos nessa história é a saída de Alta Floresta da lista dos maiores desmatadores da Amazônia, na qual esteve durante cinco anos, com graves impactos socioeconômicos, como a restrição de crédito agropecuário.
Neste período, o ICV atuou em parceria com a prefeitura para requalificar das gestões ambiental e territorial do município, fez o mapeamento de nascentes e áreas de preservação permanente realizou e apoiou atividades de restauração ecológica.
Toda a sociedade civil se engajou nas ações necessárias para tirar Alta Floresta da lista. O resultado veio em 2012. Depois de atingir o registro de 80% de sua área no Cadastro Ambiental Rural (CAR), o município saiu da lista e passou a ser um exemplo positivo para outras administrações municipais da Amazônia.
“Os exemplos de impactos positivos da nossa atuação na região são muitos e não deixam dúvidas de que nosso papel vem sendo cumprido de maneira efetiva, com ações e resultados que mudam vidas, abrem novos caminhos e constroem pontes para o futuro”, diz Renato.
O plantio em Alta Floresta também fez parte das comemorações dos 28 anos do ICV fundado em 14 de abril de 1991, em Cuiabá.