O número de novas confirmações da Covid-19 acontece em ritmo lento, mas sem paralisação da transmissão do novo coronavírus, em Mato Grosso.
Isso significa dizer que a pandemia não acabou e, atualmente, o temor é de uma possível segunda onda da doença – sem nem ter saído da primeira -, assim como vem ocorrendo em países europeus como França, Espanha, Reino Unido e Alemanha.
No Estado, o número de novos infectados pela doença tem apresentado uma média diária de até 600 novas confirmações e de cinco a 10 óbitos.
Nesta terça-feira (17), o Consórcio de Imprensa (G1, UOL, O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Extra) apontou que Mato Grosso e outros 15 estados, além do Distrito Federal, estão em alta na média móvel de alta.
As informações são com base em dados fornecidos pelas secretarias estaduais de Saúde.
Conforme o consórcio, o Brasil voltou ao cenário de média alta de Covid, pela primeira vez, desde o dia 4 de junho.
Ontem terça-feira foi o terceiro dia na tendência.
Quando nada, é um sinal de que o brasileiro precisa redobrar as medidas sanitárias, nesse momento.
OSCILAÇÃO – Procurada para falar sobre o assunto, a Secretaria de Estado de Saúde se posicionou por meio de nota elaborada pela Secretaria Adjunta de Vigilância e Atenção à Saúde.
Segundo a área técnica do órgão estadual, a evolução no número de casos no Brasil oscila entre queda e estabilidade, a depender do estado considerado.
"O contexto tem como fatores de interferência o clima quente e úmido, taxas de isolamento social, grupo etário mais afetado e introdução de novas variantes do vírus SARS-CoV-2 (coronavírus)”, analisou.
O órgão estadual segue informando que “como o Estado apresentou uma queda do número de casos após um longo período de elevados quantitativos de infectados e óbitos – a chamada "primeira onda" –, atualmente, a transmissão continua acontecendo em um ritmo inferior, mas sem estagnação”.
Assim, uma possível segunda onda da pandemia como vem ocorrendo em países europeus não é descartada.
“É possível que haja uma 'segunda onda' em Mato Grosso. Contudo, tal perspectiva depende de vários fatores já expostos. Por isso, há o monitoramento constante da evolução do número de casos, óbitos e população afetada, bem como do número de leitos ocupados; esses indicadores dão a oportunidade de prever uma tendência de crescimento em tempo oportuno”, completou a nota.
Recentemente, o secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, disse, em entrevista à imprensa, que as eleições municipais eram uma preocupação em si, pois tendiam a promover aglomerações tanto durante a campanha quanto na hora da votação.
Além disso, também há uma inquietação quanto ao período de férias, já que as pessoas tendem a viajar mais e visitar lugares de lazer com frequência.
Além disso, países europeus que haviam conseguido controlar a transmissão do coronavírus em meados de 2020, agora enfrentam um novo surto de Covid-19.
Muitos tiveram de retomar medidas mais restritivas de circulação da população, como toques de recolher e lockdowns.
A segunda onda na Europa tem sido menos letal do que a primeira.
Os novos casos têm ocorrido entre os mais jovens, que são mais resistentes ao vírus — o que explicaria uma menor ocorrência de mortes.
Avanços na área médica também são apontados como fatores que estão contribuindo para reduzir a letalidade da doença na atual etapa da pandemia. Além disso, como o novo coronavírus atingiu primeiro os países do hemisfério norte no início de 2020, pesquisadores consideram que a segunda onda na Europa pode ser um prenúncio do que poderia ocorrer nos próximos meses no Brasil.