Nesta segunda-feira (27), o Ministério da Saúde dá início à aplicação das vacinas bivalentes contra a Covid-19 em todo o território nacional. Além da vacinação contra o SARS-CoV-2, a pasta divulgou as datas das próximas campanhas de imunização, iniciadas na mesma data, afim de aumentar a cobertura vacinal da população.
“Estamos diante de um cenário de baixas coberturas. Foi atacada a confiança da nossa população nas nossas vacinas. É fundamental retomar a rotina de vacinação para evitarmos epidemias de doenças, inclusive, já controladas”, destaca a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em nota oficial divulgada pela pasta.
De acordo com o Ministério da Saúde, a partir deste momento, serão aplicadas as vacinas bivalentes Comirnaty BA.1, BA. 4 e BA. 5, da Pfizer. Os imunizantes serão utilizados de forma complementar ao esquema de vacinação iniciado anteriormente.
Em comunicado, o Ministério da Saúde afirma que foram distribuídas “mais de 19 milhões doses de vacinas bivalentes contra a Covid-19 a todos os estados e ao Distrito Federal para iniciar a primeira etapa do Movimento Nacional pela Vacinação. A complementação com a dose de reforço com as vacinas bivalentes confere maior segurança para os grupos específicos de maior vulnerabilidade, com riscos para complicações da doença e óbito”.
Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), afirma que a variante ômicron foi a que mais se consolidou, quando comparada às demais mutações do vírus, sendo prevalente em todo o mundo.
“Não havia como fazer uma vacina nova a cada variante, ainda que elas foram rapidamente substituídas por outras. A partir do momento que a ômicron se estabeleceu, foi possível acrescenta-la no imunizante, mostrando maiores benefícios em combiná-la, do que apresentar vacinas separadas para cada variação do SARS-CoV-2”, explica.
As formulações bivalentes são utilizadas para reforço do esquema vacinal, sendo necessárias, ao menos, duas doses anteriores da vacina monovalente. Kfouri alega que os benefícios foram constatados em populações acima de 60 anos ou com fatores de risco para desenvolvimento de casos graves, sendo agraciados já com as três doses anteriores. Aqueles que não possuem comorbidades e estão abaixo desta faixa etária, a proteção continua a ser feita com, no mínimo, três doses aplicadas da vacina monovalente.
Kfouri destaca que a pandemia ainda não acabou, embora haja melhora geral do cenário, havendo muitos casos e gravidade, sendo os grupos de risco ainda bastante vulneráveis, mesmo que já vacinadas, visto que a proteção tende a diminuir de acordo com o passar do tempo.
Ele ressalta que é preciso a conscientização da população quanto à efetividade e segurança das vacinas, visando maior adesão.
As cinco etapas do calendário nacional de vacinações se dividem em:
Etapa 1 – a partir de fevereiro
Vacinação contra Covid-19 (reforço com a vacina bivalente)
(estimativa populacional: 52 milhões)
Público-alvo: pessoas com maior risco de formas graves de Covid-19; pessoas com mais de 60 anos; gestantes e puérperas; pacientes imunocomprometidos; pessoas com deficiência; pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência; povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas; trabalhadores e trabalhadoras da saúde.
Etapa 2 – a partir de março
Intensificação da vacinação contra Covid-19
Público alvo: Toda a população com mais de 12 anos.
Etapa 3 – a partir de março
Intensificação da vacinação de Covid-19 entre crianças e adolescentes
Público alvo: Crianças de 6 meses a 17 anos.
Estratégias e ações:
• Mobilizar a comunidade escolar, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio com duas semanas de atividades de mobilização e orientação; comunicar estudantes, pais e responsáveis sobre a necessidade de levar a Caderneta de Vacinação para avaliação;
Etapa 4 – a partir de abril
Vacinação de Influenza
Público-alvo: Pessoas com mais de 60 anos; adolescentes em medidas socioeducativas; caminhoneiros e caminhoneiras; crianças de 6 meses a 4 anos; Forças Armadas; Forças de Segurança e Salvamento; gestantes e puérperas; pessoas com deficiência; pessoas com comorbidades; população privada de liberdade; povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas; professoras e professores; profissionais de transporte coletivo; profissionais portuários; profissionais do Sistema de Privação de Liberdade; trabalhadoras e trabalhadores da saúde.
Etapa 5 – a partir de maio
Multivacinação de poliomielite e sarampo nas escolas.