terça-feira, 14 outubro, 2025
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Operação Raspadinha do Crime: Polícia Civil cumpre mais de 100 ordens judiciais em Alta Floresta e outras 32 cidades de MT

A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta terça-feira (14), a Operação Raspadinha do Crime, uma das maiores ofensivas já realizadas contra o crime organizado no estado. A ação tem como objetivo desarticular um esquema milionário de exploração ilícita de jogos de azar, utilizado por uma facção criminosa para lavagem de dinheiro e financiamento de atividades dentro e fora dos presídios.

Ao todo, estão sendo cumpridas 111 ordens judiciais, incluindo 21 mandados de prisão preventiva, 54 de busca e apreensão, 11 de bloqueio e 25 de quebra de sigilo bancário e telemático, além do sequestro de valores que ultrapassam R$ 1,1 milhão. As ordens foram expedidas pelo juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop.

Operação em mais de 30 municípios

As ações simultâneas acontecem em 33 cidades de Mato Grosso:
Alta Floresta, Aripuanã, Brasnorte, Campo Novo do Parecis, Campo Verde, Castanheira, Colíder, Colniza, Confresa, Cuiabá, Guarantã do Norte, Juara, Juína, Juruena, Lucas do Rio Verde, Matupá, Novo Horizonte do Norte, Novo Mundo, Nova Mutum, Pontes e Lacerda, Poxoréu, Primavera do Leste, Rondonópolis, Santa Carmem, Santiago do Norte, São José do Rio Claro, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra, Tapurah, Terra Nova do Norte, União do Sul e Várzea Grande.

Estrutura criminosa e lavagem de dinheiro

As investigações, conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), em parceria com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), revelaram uma rede complexa e hierarquizada, com ramificações em todo o estado.

De acordo com a Polícia Civil, o grupo operava um falso empreendimento de raspadinhas instantâneas. Sob aparência de legalidade, movimentava milhões de reais para lavar dinheiro e fortalecer financeiramente a facção. Em apenas seis meses, o esquema teria movimentado mais de R$ 3 milhões.

Durante o cumprimento das ordens, centenas de bilhetes e banners de propaganda das raspadinhas foram apreendidos, e o material será descartado conforme determinação judicial.

Organização em três níveis

O esquema funcionava com três níveis operacionais.

  • O núcleo estratégico, sediado em Cuiabá, centralizava o comando e a tomada de decisões.
  • O núcleo financeiro administrava contas de fachada e fazia a distribuição dos valores arrecadados.
  • Já o núcleo operacional, presente nas mais de 30 cidades, era responsável por vender os bilhetes, recolher os valores e gerenciar as equipes locais.

Essa estrutura empresarial mascarava a origem ilícita dos recursos e assegurava o anonimato dos verdadeiros líderes da organização criminosa.

“Golpe direto no braço econômico da facção”

O delegado Antenor Pimentel, que coordena a investigação, destacou que a operação representa um duro golpe na principal fonte de arrecadação da facção criminosa.

“A Operação Raspadinha do Crime é um golpe direto no braço econômico da organização. Ela desmonta uma estrutura que unia aparência empresarial, tecnologia e manipulação social para lavar dinheiro e expandir o poder da facção. A investigação agora se concentra na recuperação dos valores desviados e na identificação de possíveis ramificações em outros estados”, afirmou.

Parte do programa Tolerância Zero

A Operação Raspadinha do Crime integra o planejamento estratégico da Polícia Civil, por meio da Operação Inter Partes, dentro do programa Tolerância Zero, do Governo de Mato Grosso, que intensifica o combate às facções criminosas em todo o estado.

A ação também faz parte das atividades da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), reforçando o trabalho conjunto das forças de segurança no enfrentamento à criminalidade organizada.

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