Proibidas desde 15 de julho passado, as queimadas seguem em escala crescente em Mato Grosso. Até ontem (08), o Estado registrava 9.959 focos de calor em todo território mato-grossenses, o que representa um aumento de 52% em relação ao ano passado quando foram 6.529 incêndios. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com o Inpe, somente nos sete primeiros dias deste mês foram contabilizados 1.183 focos. Em todo país, são 48.216. Além de Mato Grosso, entre os estados com maiores registros estão o Tocantins (4.741), Roraima (4.606), Amazonas (3.486) e Maranhão (3.460). Ainda no Estado, nas últimas 48 horas, Colniza (1.156 quilômetros, ao noroeste de Cuiabá) registrava 56 pontos de queimadas.
Já nesta última terça-feira (06), o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) finalizou o combate a um incêndio florestal na área de proteção ambiental das cabeceiras do Rio Cuiabá. Conforme informações da assessoria de imprensa do CB, foram atingidos mais de 3,1 mil hectares. O incêndio teve início no sábado (03) e foi extinto em ação conjunta do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) e o Grupo Aviação Bombeiro Militar (GavBM).
Para combater as chamas, atuaram 16 bombeiros, sendo 11 militares por terra, mais a aeronave (piloto e co-piloto) e seu apoio no solo para abastecimento de água e combustível. A operação de combate aéreo utilizou mais de 30 mil litros de agente extintor. Segundo o CB, o apoio dos moradores locais foi fundamental para o sucesso da operação, no suporte para a base e também no combate terrestre onde houve a atuação em conjunto.
Ao decretar o período proibitivo, que segue até 15 de setembro, o governo do Estado lançou a temporada de resposta contra os incêndios florestais. Neste sentido, numa primeira etapa, os órgãos estaduais e federais se juntam para o monitoramento e combate às queimadas em áreas rurais, evitando que se transformem em incêndios de grandes proporções causando danos ao meio ambiente e a saúde humana e de animais. Áreas prioritárias, como unidades de conservação (UC), entre elas, o pantanal e Chapada dos Guimarães, com monitoramento constante.
A proibição considera o aumento de focos de incêndio, devido ao período de estiagem, calor intenso e baixa umidade. Portanto, o prazo de proibição pode ser prorrogado dependendo das condições climáticas. Durante estes meses fica proibido o uso de fogo em áreas rurais para limpeza e manejo até mesmo para os proprietários que tem certidão com autorização de queima controlada.
A penalidade para quem provocar queimadas está prevista em lei e vai desde multa até prisão para quem for pego em flagrante. Pelo artigo 41 da Lei de Crimes Ambientais, provocar incêndios em matas ou florestas pode resultar em uma pena variável de dois a quatro anos e multa, em caso de crime doloso (intencional), ou de seis meses a um ano e multa, se culposo. O valor da multa varia entre R$ 1 mil e R$ 7,5 mil por hectare.
No Estado, as secretarias de Segurança Pública (Sesp) e de Meio Ambiente (Sema) junto com órgãos federais, como Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), trabalham de forma cooperada em Mato Grosso para minimizar os riscos de queimadas nas áreas rurais. Além disso, há as salas de situação desconcentradas dos Bombeiros em Cuiabá, Barra do Garças, Tangará da Serra, Sinop e Cáceres, com apoio dos Comandos Regionais dos municípios.
Para esta temporada estava previsto o uso de 87 veículos, dois aviões e um helicóptero e 1.327 combatentes entre civis e militares, se revezando entre 350 e 400 homens por dia. De acordo com informações da Sema, o investimento conjunto de todas as agências previsto é de R$ 8,5 milhões.
Para o atendimento imediato e de combate aos incêndios florestais deve ser acionado pelo número 193 do Corpo de Bombeiros. Em caso de denúncias de queimadas, o cidadão deve entrar em contato pelo 0800-647 7363. Já os focos urbanos devem ser denunciados na prefeitura do município da ocorrência, nas secretarias municipais de Meio Ambiente ou Defesa Civil municipal. Porém, as queimadas em perímetro urbano são proibidas durante o ano todo.
Fonte:Joanice de Deus/Diário de Cuiabá – Foto: Arquivo Notícia Exata