terça-feira, 4 novembro, 2025
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Estrutura do garimpo ilegal é neutralizada em operação nos rios Teles Pires e São Benedito

Uma grande estrutura de apoio ao garimpo ilegal foi neutralizada em operação coordenada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na última quarta-feira (29/10), nos rios Teles Pires e São Benedito, na divisa entre Mato Grosso e Pará.

Agentes ambientais apreenderam, no rio Teles Pires, 18 balsas escariantes – utilizadas para dragagem com fins de exploração de ouro – no interior da Terra Indígena Kayabi, que sofre grandes impactos socioambientais ocasionados pelo garimpo clandestino. Também foram apreendidos 36 motores de grande porte, 15 embarcações com motor de popa, três rebocadores e 20 mil litros de combustível, além de 1,3 kg de mercúrio. O prejuízo total aos garimpeiros foi avaliado em mais de R$ 36 milhões.

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Operação neutralizou estruturas dos garimpeiros – Foto: divulgação/Ibama

Além de terem apreendido esses aparatos e recursos empregados nos crimes ambientais, os agentes desmantelaram um grande acampamento logístico, que fornecia estrutura e suprimentos aos infratores.

A operação foi deflagrada pelo Ibama em articulação com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e com o Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso (Bope/MT). A ação de forma conjunta com as instituições foi essencial para remover essa estrutura, de escala industrial de degradação, protegendo o meio ambiente e garantindo os direitos do povo Kayabi.

Os equipamentos que não puderam ser removidos foram inutilizados no local, conforme prevê a legislação, como forma de impedir a retomada das atividades ilícitas.

Impacto das balsas do garimpo ilegal

As balsas escariantes, usadas intensivamente no rio Teles Pires, causam impacto ambiental devastador: essas estruturas servem aos garimpeiros ao realizarem a dragagem do leito do rio por meio de longas hastes que revolvem o fundo do curso d’água, processo que destrói o habitat de peixes e de outras espécies aquáticas. A atividade ilegal ainda libera enorme quantidade de sedimentos, aumentando drasticamente a turbidez da água e comprometendo a qualidade do rio por quilômetros de extensão.

​Para a comunidade Kayabi, que depende ancestralmente do rio para sua subsistência, os danos são diretos. A destruição do recurso pesqueiro e a contaminação da água pelo mercúrio — metal altamente tóxico apreendido na operação — ameaçam a segurança alimentar e a saúde dos indígenas.

​Além das sanções administrativas aplicadas, o Ibama encaminhará relatório de fiscalização ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal para a responsabilização cível e criminal dos envolvidos.

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