O mercado de milho encerrou outubro de 2025 com movimentos distintos entre os indicadores internos e externos. Enquanto o preço médio do milho na B3 apresentou valorização de 1,91% em relação a setembro, fechando o mês com média de R$ 67,27 por saca, o indicador de paridade de exportação do contrato de julho de 2026 recuou 2,35%, atingindo R$ 38,47/sc.
A queda na paridade de exportação foi influenciada principalmente pela desvalorização do dólar frente ao real (-0,41%), reflexo das expectativas de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve (FED). Além disso, o preço do milho na CME Group para o contrato de julho de 2026 caiu 0,83% na comparação com setembro, refletindo a previsão de uma safra robusta apontada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) — cujas atualizações seguem suspensas devido à paralisação do governo federal. Outro fator que contribuiu para o recuo foi a redução de 1,21% no prêmio portuário de Santos para o mesmo vencimento.
Mesmo com a retração segundo o IMEA, a média da paridade de exportação em outubro se manteve acima das despesas de custeio da safra 2025/26, estimadas em R$ 28,35/sc. No entanto, o valor ainda fica abaixo do Custo Operacional Efetivo (COE), calculado em R$ 41,10/sc, o que requer atenção por parte dos produtores rurais.
No mercado internacional, o milho em Chicago valorizou 1,71% na semana, cotado na média de US$ 4,31 por bushel, impulsionado pelo alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. No Brasil, o diferencial de base registrou alta de 7,30%, e o preço do milho Cepea teve incremento semanal de 0,64%, sustentado pelo foco dos produtores nas atividades de campo e no bom ritmo das exportações.
A sustentação dos preços na B3 também foi influenciada pela demanda interna aquecida e pelo crescimento dos embarques brasileiros ao Irã e Egito, que juntos somaram 9,10 milhões de toneladas de janeiro a setembro deste ano — o equivalente a 39,04% do total exportado pelo país em 2025.
Apesar da recuperação observada em outubro, o preço do milho na B3 ainda está 3,79% abaixo do registrado no mesmo mês de 2024. Ao longo de 2025, apenas em maio foi observada uma média mensal superior à atual.
Para os próximos meses, as atenções do mercado devem se concentrar no avanço da 1ª safra 2025/26 e no comportamento do câmbio, com expectativa de estabilidade, embora ajustes possam ocorrer conforme a relação entre oferta e demanda no mercado doméstico e internacional.
