Mato Grosso registrou queda de 11,85% no índice de atratividade das exportações de carne bovina entre janeiro e setembro de 2025, em comparação ao mesmo período do ano passado. O indicador, que calcula quantas arrobas de boi gordo podem ser compradas com uma tonelada exportada de carne, ficou em 80,27@/t na média do período, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA).
Apesar da retração no índice, o mercado externo segue valorizando a carne mato-grossense. A China manteve-se como principal destino das exportações, representando 54,30% dos embarques totais e registrando aumento de 28,74% no preço médio da tonelada exportada. Já a União Europeia, embora com menor participação em volume, continuou sendo o mercado que paga melhor: o preço médio subiu 16,80%, levando o índice de atratividade para 117,9@/t, o mais alto entre os destinos.
O desempenho reforça o bom momento das exportações, com avanço no volume e nos preços médios, o que demonstra a valorização da carne bovina mato-grossense no cenário internacional.
Mercado interno reage com alta nos preços
O cenário externo aquecido também refletiu no mercado doméstico. No atacado, a carcaça bovina registrou alta de 1,75% na última semana, sendo cotada, em média, a R$ 21,80/kg, impulsionada pela maior demanda das exportações.
A arroba do boi gordo também subiu, com valorização semanal de 1,62%, atingindo R$ 300,74/@, resultado da menor oferta de fêmeas para abate. As escalas de abate ficaram em média de 14,48 dias úteis, aumento de 3,13% frente à semana anterior, o que indica uma redução na disponibilidade de animais prontos para o abate no estado.
Diferença de ritmo pressiona reposição e reduz relação de troca
Enquanto o boi gordo avança em ritmo moderado, o preço do bezerro segue em forte alta. A relação de troca — que mede quantos bezerros podem ser comprados com a venda de um boi gordo — caiu para 1,88 cabeça por cabeça em outubro de 2025, frente a 2,03 cab/cab no mesmo mês de 2024.
No comparativo anual, o bezerro de ano passou de R$ 11,33/kg para R$ 13,24/kg, aumento de 16,85%, enquanto o boi gordo teve valorização de 8,17%. Essa diferença encareceu o custo de reposição e reduziu o poder de compra dos recriadores e invernistas, ao mesmo tempo em que elevou a rentabilidade da atividade de cria.
No curto prazo, o IMEA aponta que a baixa oferta de bovinos de reposição deve continuar sustentando os preços do bezerro em patamares elevados, enquanto o boi gordo tende a ter uma valorização mais moderada devido ao ainda expressivo volume de fêmeas terminadas.
