Primeiro levantamento rápido de índices de infestação predial (IIP) pelo Aedes aegypti de 2019 indica que dos 141 municípios mato-grossenses, 27 (19,1%) apresentam alto índice de infestação, com risco de surto para as doenças dengue, zika e chikungunya. Entre eles, estão Cuiabá e Várzea Grande, onde os IPPs foram 5,9% e 4,5% respectivamente. No país, o levantamento aponta 994 municípios (20% do total realizado) com alto índice de proliferação do mosquito.
Ainda no Estado, outras cidades com alto índice estão Itanhagá (10,6%), Cláudia (10,3%), Santa Cruz do Xingu (8,1%), Rondolândia (8,3%), Nobres (5,3%) e Nossa Senhora do Livramento (5,0%). Já outros 48 municípios, estão satisfatórios (verde), a exemplo de Alto Boa Vista (0%), Acorizal e Alto Garças, ambos com 0,7%. Os demais em alerta, como Água Boa (2,3%), Alto Araguaia (3%) e Alta Floresta (3,6%).
Os dados foram divulgados, ontem, pelo Ministério da Saúde (MS), que alerta para que o sistema de vigilância de estados e municípios e toda a população reforcem os cuidados para combater o mosquito. Ao todo, 5.214 municípios realizaram algum tipo de monitoramento do mosquito transmissor dessas doenças, sendo 4.958 (95,1%) por levantamento de infestação (LIRAa/LIA) e 256 por armadilha. A metodologia da armadilha é utilizada quando a infestação do mosquito é muito baixa ou inexistente no local.
“O resultado do LIRAa confirma o aumento da incidência de casos de dengue em todo o país que subiu 339,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Esses resultados indicam que é preciso fortalecer ainda mais as ações de combate ao mosquito transmissor, com a participação da população e de todos os gestores locais e federal”, afirmou, por meio da assessoria de imprensa, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber.
No entanto, segundo ele, “mesmo com aumento no número de casos da doença, a taxa de incidência de 2019 está dentro do esperado para o período. “Sendo assim, até o momento, o país não está em situação de epidemia, embora possa haver epidemias localizadas em alguns municípios e estados”, disse. Além das cidades em situação de risco, o levantamento identificou 2.160 municípios em alerta, com o índice de infestação predial (IIP) entre 1% a 3,9% e 1.804 municípios com índices satisfatórios, inferiores a 1%.
O LIRAa é um instrumento fundamental para o controle do vetor e das doenças (dengue, zika e chikungunya). Com base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de criadouro predominante. O objetivo é que, com a realização do levantamento, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito.
Para fazer o LIRAa o município é dividido em grupos de nove a 12 mil imóveis com características semelhantes. Em cada grupo, também chamado estrato, são pesquisados 450 imóveis. Os estratos com índices de infestação predial inferiores a 1% estão em condições satisfatórias; de 1% a 3,9% estão em situação de alerta; e superior a 4% há risco de surto de dengue. Os dados, enviados pelos municípios, são repassados pelo Estado ao Ministério da Saúde.
CASOS – Ainda, conforme dados do Ministério da Saúde, até a 15ª semana epidemiológica deste ano já foram registrados 3.460 casos de dengue, em Mato Grosso. O número representa uma queda de 22,3 em relação a 2018, com 4.452 ocorrências. Já a incidência estadual para a doença é de 100,5 casos por 100 mil habitantes, a menor entre os estados do centro-oeste. No período, foram 16 confirmações da dengue, sendo dois pacientes considerados graves. Não houve óbitos.
Já em relação a chikungunya, houve uma redução de 98,3 nos casos (193), até a 15ª semana deste ano. Em 2018, foram 11.524 registros, no mesmo período. Também houve queda (-83,3) nas notificações da zika. No ano passado, o Estado registrou 389 casos do agravo. Já agora em 2019, foram 65.