domingo, 13 outubro, 2024
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Gaeco investiga 20 candidatos no estado por ligação com CV em Alta Floresta, Sinop e mais 6 municípios

Vinte candidatos a vereador são investigados pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) por terem suas campanhas eleitorais supostamente financiadas pelo Comando Vermelho (CV) em ao menos oito cidades de Mato Grosso. A apuração aponta para uma tentativa de influenciar o processo eleitoral no estado. O investimento seria repassado em dinheiro vivo aos candidatos, que são selecionados por lideranças da facção em bairros, regiões e pequenas cidades.

As apurações mostram que o CV está lavando dinheiro do tráfico em campanhas políticas para obter vantagens nas câmaras municipais do estado. O coordenador do Gaeco, Adriano Roberto Alves, afirma que estão monitorando candidatos em Cuiabá, Várzea Grande, Nobres, Cáceres, Sinop, Primavera do Leste, Sorriso e Alta Floresta. “O CV mudou de tática. A facção investe dinheiro vivo em políticos para depois cobrar em ações que favoreçam a facção”, declarou.

Para o Gaeco, o CV viu na política a oportunidade de lavar dinheiro sem ser detectado pelos órgãos policiais, investindo na base eleitoral de vereadores. Essa estratégia preocupa o estado, pois esses candidatos, caso eleitos, podem se tornar prefeitos, deputados e até senadores.

“Estamos acompanhando isso de perto, e, até o momento, o Gaeco investiga 20 candidatos. No entanto, devido ao crescimento da influência que o crime organizado busca no processo eleitoral, foram criados novos órgãos de fiscalização na Polícia Civil e até na Polícia Federal. Esse número pode dobrar”, afirmou Alves.

O promotor aponta que o dinheiro investido, muitas vezes por meio de laranjas, é usado para impulsionar campanhas eleitorais, com a produção de materiais publicitários e a compra de votos. “Por exemplo, para colocar uma placa de campanha em frente a uma casa, o candidato paga como forma de garantir a compra de votos”, explicou.

As investigações do Gaeco também indicam que o CV busca vantagens para lavar dinheiro em eventos, como shows de cantores trazidos por faccionados a Mato Grosso, além de influenciar leis municipais, zoneamento urbano e apoiar jogos de azar em campeonatos amadores no estado. “Muitas vezes, esses campeonatos são realizados com dinheiro público, e o apoio é garantido por vereadores financiados pela facção”, concluiu.

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