Uma operação policial realizada na manhã de ontem terça-feira (30) resultou na descoberta e fechamento de uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas em Nova Mutum. O local funcionava em um galpão, onde garrafas eram adulteradas e embaladas como se fossem de marcas reconhecidas nacionalmente.
A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada para analisar o material apreendido. Segundo o perito criminal Jomar Magalhães, ainda não está descartada a possibilidade de que a soda cáustica tenha sido usada não apenas na retirada de rótulos, mas também na própria composição das bebidas. “A suspeita inicial é que o produto servia para remover a cola das embalagens, mas não podemos descartar que tenha sido adicionado ao líquido”, afirmou ao portal Powermix.
Contexto de risco à saúde
O caso ocorre em meio a uma onda de preocupações sobre adulteração de bebidas no país. Em São Paulo, seis jovens já foram confirmados como vítimas de intoxicação por metanol desde junho, três deles de forma fatal. Outros dez episódios seguem sob investigação. O consumo desse tipo de substância pode causar desde sintomas semelhantes a uma forte ressaca até cegueira e morte.
Como funcionava o esquema
No galpão do bairro Cidade Nova, cinco suspeitos foram detidos em flagrante durante a manipulação de rótulos e tampas. Eles declararam ser de Brasília e que operavam em Nova Mutum havia cerca de quatro meses. Nesse período, afirmaram já ter comercializado mais de 10 mil caixas de cerveja na cidade e em municípios vizinhos.
A quadrilha comprava bebidas em Sinop, levava até o galpão e trocava os rótulos para marcas como Brahma, Original e Skol, revendendo a preços abaixo do mercado. O lucro ultrapassava 100% por engradado.
A polícia suspeita que os detidos sejam apenas executores do esquema, comandados por um financiador que não foi localizado. Também há investigação sobre o possível envolvimento de uma cervejaria que fornecia os produtos utilizados na adulteração.
Todos os presos foram encaminhados para a delegacia de Nova Mutum. As garrafas, tampas e rótulos apreendidos seguem para análise da Politec. A Polícia Civil continuará apurando o caso para identificar outros envolvidos.