Cinco pessoas da mesma família, sendo pai, mãe, dois filhos e também um sobrinho foram presas em flagrante pela Polícia Civil de Alta Floresta nesta terça-feira (21) suspeitas de receptação qualificada de fios furtados. O caso foi conduzido pela Divisão de Roubos e Furtos da delegacia do município.
De acordo com o delegado João Lucas, responsável pela investigação, o furto ocorreu na última sexta-feira (17), quando diversos fios de cobre e alumínio foram subtraídos de uma empresa que presta serviços elétricos na cidade. Câmeras de segurança registraram o momento em que um veículo VW Saveiro preta parou em frente ao local e o condutor retirou rolos de fios, fugindo logo em seguida.
A partir da análise das imagens e de informações obtidas durante as diligências, os investigadores identificaram o veículo usado no crime e chegaram a um ferro-velho situado no bairro Cidade Alta. O estabelecimento, segundo o delegado, pertencia à família agora detida. Parte do material furtado foi recuperada e reconhecida pela vítima como sendo da empresa.
“Durante as investigações, descobrimos que o autor do furto era primo dos donos do ferro-velho. Ele furtou os fios e vendeu para os próprios parentes. Acabamos prendendo todos por receptação qualificada, crime cuja pena é aplicada em dobro por envolver fios metálicos”, explicou o delegado João Lucas.
Os quatro integrantes da família negaram saber que o material era furtado, mas, conforme destacou o delegado, as circunstâncias indicam o contrário. “Os donos desse ferro-velho, eles disseram que não sabiam que o material era furtado, mas pelas circunstâncias deveriam sim saber ali, a gente desconfia, inclusive, que eles sabiam, mas negaram que soubessem desses fios”, ressaltou.
As investigações continuam para identificar a pessoa que teria repassado informações sobre o local do furto à quadrilha. O delegado lembrou ainda que a pena por receptação de fios pode chegar a 16 anos de prisão, dependendo das circunstâncias do caso.
“Os empresários conseguem distinguir se trata-se de uma mercadoria lícita ou ilícita. É uma condição de preço, sempre é mais barato que o mercado, a pessoa não fala de onde surgiu aquilo, não tem nota fiscal, não tem procedência, então, a gente fala, se você quiser, às vezes, levar uma vantagem ao empresário, não vale a pena, porque vai acabar sendo preso, se manchando, enfim, o que a gente pede é justamente isso, não fomentar esse mercado de ilícitos”, alertou o delegado.
Segundo a Polícia Civil, o trabalho integra as ações de combate a furtos de fios elétricos que vêm ocorrendo com frequência no município. Em operações recentes, a Divisão de Roubos e Furtos já desarticulou quadrilhas e apreendeu grandes quantidades de cabos furtados, inclusive com ramificações em outras cidades do estado.
“Foi já feita uma operação pela Divisão de Furtos e Roubos, um valor de mais de R$ 400 mil de fios furtados. Foram presas pessoas em Rondonópolis, apreendido um veículo Hilux, enfim, uma grande operação e agora voltamos a ter um furto de fios, em menor escala dessa vez, mas com a ação rápida já prendemos esses indivíduos, justamente para que não ocorra mais esse tipo de crime”, acrescentou.