quarta-feira, 23 abril, 2025
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Ex-delegado de MT revela que receberia R$ 500 mil para ser advogado de facção

O ex-delegado e advogado Arnaldo Agostinho Sottani, preso nesta quarta-feira (17) em Minas Gerais com R$ 260 mil que seriam utilizados para compra de uma aeronave para traficantes, confessou que foi contratado por membros de uma organização criminosa de Cuiabá por R$ 500 mil. Ele disse que iria prestar serviços advocatícios ao bando.

Aos policiais, Arnaldo relatou que, assim que deixou a prisão em 2020, foi procurado pelos membros da organização criminosa para uma contratação no valor de R$ 500 mil.

O ex-delegado recebeu os R$ 260 mil em espécie para realizar a compra da aeronave na cidade de Belo Horizonte. Ele ainda relatou que há um mês tentou fazer a compra de outro avião na cidade de Pará de Minas.

Ainda segundo o advogado, ele teria conhecido os membros da facção criminosa durante o tempo em que foi delegado em Mato Grosso. A Polícia Civil acredita que a aeronave seria utilizada para o transporte de drogas.

O ex-delegado foi preso e o caso continua sendo investigado.

O CASO

O advogado e ex-delegado de Polícia Civil de Mato Grosso, Arnaldo Agostinho Sottani, de 49 anos, foi preso nesta quarta-feira (17) em uma operação das polícias Militar e Civil, logo após solicitar uma corrida de transporte de aplicativo do aeroporto para o Centro de Caratinga, no Leste de Minas Gerais.

Ele foi abordado depois que denúncias informaram que ele estava com uma grande quantia de dinheiro para adquirir uma aeronave. No carro, os policiais encontraram R$ 260 mil dentro de uma caixa.

O delegado regional de Caratinga, Ivan Sales, informou que o dinheiro, em notas de R$ 20 e R$ 50, estava enrolado em papel filme. Sales acredita que o dinheiro esteja ligado ao tráfico de drogas e que, portanto, seria ilícito. “Essa forma de enrolar em papel filme é típico de quem tem dinheiro de origem ilícita, porque o dinheiro mofa. Então, se o dinheiro não ficar acondicionado para ele não ter umidade, esse dinheiro vai mofar. Então, se fosse um dinheiro de origem lítica, certamente, esse dinheiro estaria em uma agência bancária, o que não era o caso”, ressaltou o delegado.

Outro indício apontado é que o suspeito estava com notas de pequeno valor, o que, para o delegado, levanta a suspeita de que o dinheiro seja proveniente do tráfico de drogas e seria utilizado para comprar um avião.

Sales disse que Arnaldo é ex-delegado da Polícia Civil mato-grossense e que foi expulso após cometer atos ilícitos. Em 2016, Arnaldo foi preso transportando 150 kg de cocaína em um avião. Durante a prisão feita pela Polícia Federal, ele teria tentado atropelar os agentes com a aeronave, sendo ferido por um disparo de arma de fogo.O ex-delegado foi condenado e responde em liberdade.

Para saber a quantia do dinheiro, funcionários do Banco do Brasil ajudaram a Polícia Civil a fazer a contagem. O delegado regional afirmou que o advogado é inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais, e que também é piloto de avião. Ivan disse que nos últimos dias, Arnaldo foi a Caratinga pelo menos três vezes, acompanhado de dois pilotos em uma aeronave.

O último voo feito na manhã desta quarta-feira, entre Belo Horizonte e Caratinga, teria sido realizado por um piloto que está com a licença de voo suspensa. A situação também será informada à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

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