quinta-feira, 25 abril, 2024
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960 mil pessoas ainda não imunizadas com as duas doses contra a covid-19 em MT

Prestes a completar um ano do início da vacinação, Mato Grosso ainda tem aproximadamente 960 mil pessoas ainda não imunizadas com as duas doses contra a covid-19, sendo que cerca de 460 mil não receberam nem mesmo a primeira. De uma população de 3,5 milhões de habitantes, 2,9 milhões já poderiam ter iniciado a imunização, mas apenas 2,5 milhões o fizeram. Ou seja, 460.904 moradores estão atrasados ou se negam a tomar o imunizante.

Dos 2.517.168 moradores que iniciaram a imunização, 497.964 ainda não receberam a segunda dose, seja por não terem retornado aos postos de vacinação ou por ainda não terem atingido o prazo, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Já a dose de reforço foi aplicada em apenas 170.797 mato-grossenses.

Considerando a população total do Estado, 71% deram início à imunização, índice que cresce para 84,5% se considerada apenas a população vacinável. Já a segunda dose ou a dose única foi tomada por 58% da população total. Até o momento, podem ser vacinadas contra a covid-19 qualquer pessoa com mais de 12 anos de idade.

Desde meados de janeiro de 2021, quando começou a campanha de vacinação contra a covid-19 no Brasil, dados do monitoramento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam que mais de 159 milhões de habitantes tomaram a primeira dose, o que representa 74,9% da população do país. Já o total de segunda dose chegou a uma cobertura de 64,78%.

Apesar dos avanços vistos com a imunização no mundo, até hoje existem muitas pessoas que ainda defendem a não vacinação contra a doença e essa rejeição acende um alerta e pode criar vários surtos localizados neste ano. Para especialistas, com a comprovação de que todos os imunizantes são eficazes no combate ao vírus, não existe argumento técnico para não vacinar, e, portanto, a única justificativa para essa rejeição é a desinformação que acaba colocando em risco essas vidas e atrasando ainda mais o fim da pandemia. Defendem que é preciso criar estratégias que garantam o avanço da imunização o quanto antes.

A epidemiologista Lígia Regina de Oliveira lembra dos riscos de não se vacinar para toda a população. Segundo ela, o surgimento de novas variantes está entre eles, e são sempre esperadas quando não se consegue atingir altas coberturas vacinais. De acordo com Oliveira, o vírus consegue se propagar de forma mais rápida. Lembra, como exemplo, a nova variante ômicron que está circulando e demonstra a preocupação com um novo pico da pandemia.

Para a epidemiologista, a testagem e a vacinação precisam avançar de forma mais rápida, com estratégias diferenciadas que atinjam toda a população que já pode receber as doses. Apesar da efetividade e da redução nos óbitos e internações, temos uma cobertura ainda baixa para a variante que já tínhamos e isso significa não estarmos preparados para outras variantes como a ômicron.

Lígia destaca que mesmo países com 60% da população imunizada vêm registrando o crescimento de internações pela doença entre os não vacinados. Isso tudo pode indicar, segundo ela, que a cobertura precisa ser muito mais do que os 80% que antes era apontado como o ideal. Lembra que algumas doenças só foram erradicadas e controladas com uma cobertura acima de 95%.

A patologista clínica e pediatra Natasha Slhessarenko também reitera que a chegada do imunizante trouxe avanços para saúde, uma vez que a situação epidemiológica está mais controlada e o número de óbitos reduziu com as aplicações. Diante deste contexto de maior controle e da necessidade de avançar na imunização, ela destaca que a vacinação não pode ser uma decisão individual, tem que ser coletiva, porque impacta na vida de muitas pessoas.

A epidemiologista Ana Paula Muraro lembra que para este ano os cuidados precisam continuar e devem ser intensificados para frear a disseminação, já que apesar da vacina, não temos a cobertura adequada da população. Temos uma situação melhor por causa da imunização, mas para que isso continue é preciso avançar nessa cobertura.

Desigualdade e riscos

Além da desinformação, outros problemas pontuais como, por exemplo, a distribuição das vacinas para estados e cidades também podem atrasar esse avanço. Último boletim da Fiocruz apontou que no país, locais com baixo índice de desenvolvimento têm taxas de cobertura mais baixas. Essas falhas no processo de vacinação são preocupantes e para especialistas é preciso que as autoridades e governos criem estratégias para garantir avanços.

Segundo dados da Fiocruz, entre as unidades da federação com as maiores coberturas contra a covid estão São Paulo (81,7% com a primeira dose e 76,6% com as duas). Em seguida aparecem Mato Grosso do Sul (com 81,7% para a primeira dose e 76,6% para a segunda), Paraná (77,8% e 68%), Rio Grande do Sul (77,6% e 69,5%), Minas Gerais (77% e 67,4%).

Já com as menores coberturas estão Amapá (57,1% com 1ª dose e 38,7% com a 2ª dose), Roraima (57,2% e 40,7%), Pará (61,8% e 47,1%), Acre (62,3% e 47,5%), Maranhão (62,5% e 48,5%), Amazonas (63,5% e 50,4%), Rondônia (66,4% e 55,3%) e Tocantins (65% e 51%).

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