terça-feira, 23 abril, 2024
InícioDesign da HomeDestaqueCurso liderado por três das maiores organizações indígenas do Brasil será realizado...

Curso liderado por três das maiores organizações indígenas do Brasil será realizado em Alta Floresta

Um importante passo foi dado para o início da formação de gestores de organizações indígenas. Mais de 40 representantes de organizações indígenas do Pará e de Mato Grosso se reuniram em Cuiabá (MT) para o seminário preparatório para o curso “Aperfeiçoamento em Gestão para Liderança de Organizações Indígenas.

As aulas estão previstas para ter início em Alta Floresta, no interior do estado, no segundo semestre.

O seminário e o curso são iniciativas da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Mato Grosso (Fepoimt), Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa) e Instituto Centro de Vida (ICV) e têm parceria com Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) campus Alta Floresta e apoio da WWF Brasil e da USAID, através do projeto Amazônia Indígena: Direitos e Recursos.

Para Crisanto Rudzö Tseremey’wá, presidente da Fepoimt, a capacitação é uma ótima oportunidade para dar mais autonomia as organizações. Classificado como Formação Inicial e Continuada (FIC), o curso é organizado para aperfeiçoar e atualizar os estudantes para a vida produtiva e social, o que deve gerar uma resposta rápida e eficiente sobre as demandas do mercado.

“O curso de Gestão para Lideranças Indígenas vai preparar seus alunos para que eles consigam participar e concorrer dos mais diversos editais e com isso fazer suas incidências em proteção ao seu povo e ao seu território”.

A coordenadora do Programa de Direitos Socioambientais do ICV, Deroní Mendes, explicou que o curso vai beneficiar 20 organizações indígenas do Pará e de Mato Grosso, sendo duas vagas por organização. Ao todo, serão 40 cursistas capacitados.

“O curso está estruturado em 5 módulos e cada módulo terá duração de 5 dias, onde serão ministrados conteúdos relacionados desde a formação das organizações, construção e execução de projetos, a legislação e outras coisas. É um processo que promete dar um salto na forma como essas organizações podem avançar em seus trabalhos.”

Durante o seminário, os participantes validaram o plano pedagógico e fecharam os preparativos para a realização dos 5 módulos do curso. Entre eles, estão a situação dos povos indígenas e suas organizações, bem como sua estrutura e sustentabilidade. Além da formação e negociação de projetos nas comunidades e outros.

Tudo construído para os indígenas e pelos indígenas, afirmou Puyr Tembé, presidente da Fepipa.

“Enquanto Fepipa, é a primeira vez que participamos da construção de um plano pedagógico. Isso é inovador e necessário para uma sociedade que vive em vulnerabilidade por políticas públicas”.

A necessidade de qualificar as gestões das organizações é uma demanda antiga, lembrou Toya Manchineri, assessor político da COIAB.

“Quando começaram a surgir as primeiras associações, na época tentamos até criar cooperativas, mas sempre o gargalo era a gestão porque nem todo mundo conhece como funciona o estado, então esse curso atende uma necessidade real para que as organizações possam trabalhar de forma segura e transparente, trazendo parcerias que apostem nesses coletivos e no povo que ela representa”.

Estas organizações são formadas por indígenas que trabalham por um objetivo em comum, prestando serviço para a comunidade de forma a aprimorar seus aspectos sociais, ambientais, econômicos e culturais.

Descobrir meios e ferramentas que auxiliem e melhorem os desempenhos das atividades nas organizações é um processo contínuo e que ganha mais esse reforço com o curso de Aperfeiçoamento em Gestão para Lideranças de Organizações Indígenas.

Etnobiologia e etnoecologia

O ICV e a Fepoimt também estiveram presentes no XIII Congresso Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia, que aconteceu de 10 a 14 de julho de 2022, em Cáceres, no interior de Mato Grosso.

“Etnobiologia no Brasil no Desafio das Fronteiras” foi o tema central, com o intuito de entender e contextualizar a importância da diversidade cultural dos diferentes povos, comunidades tradicionais e populações.

A coordenadora do Programa de Direitos Socioambientais do ICV, Stephanie Birrer, participou de uma roda de conversa sobre Iniciativas Socioambientais.

“Eventos como o XIII Congresso Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia são muito positivos porque aproximam a comunidade acadêmica da realidade dos povos indígenas e comunidades tradicionais. Essa aproximação entre os saberes científicos e os saberes tradicionais também fazem parte do dia a dia do ICV”, disse.

A assessora institucional da Fepoimt, Eliane Xunakalo, também participou do evento.

“O congresso é um espaço de diálogo, de oportunidade de mostrar os trabalhos dos povos indígenas e também de fomentar discussões com conhecimento científico, conhecimento tradicional e mostrar as diversas realidades da sociedade.”

O evento foi organizado pelo Laboratório de Etnobiologia e Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), com promoção da Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia (SBEE).

As organizações foram convidadas para construir de forma conjunta uma proposta de construção de pacto pela restauração do Pantanal. Na ocasião, o ICV destacou as falas da Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneira e da Fepoimt sobre a importância de ouvir e convidar paras tomadas de decisão as comunidades que habitam o bioma para saber qual é o modelo de restauração adequado para elas. O documento está em processo de elaboração.

Participe do nosso grupo de Whatsapp

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Mais popular

Feito com muito 💜 por go7.com.br
Pular para o conteúdo