Trava-se então uma luta entre o palhaço, a mosca e sua personalidade, do começo ao fim. E mesmo abalado, ele não desiste e segue até o último compasso, a última nota, o último zumbido. No final, palhaço e plateia descobrem a verdadeira intenção do inseto. Além de zombar de si mesmo, o ator brinca com a figura do músico concertista, tipicamente sério, virtuoso e concentrado. Aqui a postura, a afinação, a elegância e a erudição dos grandes violinistas são satirizadas para expor a fragilidade e humanidade do instrumentista.
O Violinista Mosca Morta ainda suscita reflexões sobre como as manias cotidianas, muitas vezes confundidas com o transtorno obsessivo compulsivo (e vice-versa), podem atrapalhar a rotina das pessoas, ou simplesmente o quanto nos boicotamos e perdemos tempo querendo que algo seja perfeito, dentro do nosso controle, quando isso não é possível, por fugir de nossa governabilidade. E deixamos de ser surpreendidos pelo acaso!
O espetáculo nasceu de uma oficina de criação de números com José Regino e estreou em 2019. Desde então já realizou dezenas de apresentações em teatros, escolas, festivais presenciais e online no Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, São Paulo, Colômbia e Haiti, e agora pela primeira vez no Mato Grosso, graças ao projeto TEAF Recebe ao fomento do Programa FUNARTE de apoio a ações continuadas 2023.
Perimetral Rogério Silva, 3747 – Alta Floresta/MT