A prefeitura de Alta Floresta encaminhou, ontem, sexta-feira (11), a Câmara Municipal, em regime de urgência, o projeto de lei 2.343/2025, que autoriza o poder executivo municipal a destinar recursos para realização do evento ‘EXPOALTA 2025’ em caráter de parceria/fomento, reconhece seu interesse público e dá outras providências.
O lançamento do evento ocorreu em janeiro deste ano.
Porém, mal chegou ao Poder Legislativo, o projeto já sofreu questionamentos, uma vez que o evento, que será realizado pela Associação Cuiabana de Belas Artes, deverá receber R$ 2 milhões por parte da prefeitura de Alta Floresta.
Os primeiros a se manifestarem publicamente após a chegada do projeto a câmara foram os vereadores Luciano Silva, Dida Pires e Darlan Carvalho.
De acordo com os vereadores, nunca ao longo da história da Exposição, o poder executivo repassou um valor tão alto para a realização do evento.
Diante disso, irão apresentar uma emenda, limitando o repasse a R$ 300 mil.
“O patrocínio de R$ 2 milhões nós não concordamos, nós concordamos que tenha o evento e que seja feito sim um patrocínio por parte do Executivo Municipal, mas nós não concordamos com esse valor. E eu, o vereador Dida e o vereador Darlan decidimos então fazer algumas emendas para que seja destinado parte desse recurso, desses R$ 2 milhões, para a realização do evento e parte para a infraestrutura, parte para a saúde e também parte para o esporte”, disse o vereador Luciano Silva.
O vereador Darlan Carvalho pontou que não são contra a realização do evento, mas o valor a ser desembolsado pelo município é muito maior que o realizado por outros municípios, ele citou Sinop, onde a prefeitura irá contribuir com a exposição daquela cidade com cerca de R$ 1,5 milhão.
“Nós somos a favor do evento, mas, nós entendemos que no momento R$ 2 milhões é muito dinheiro para o nosso município investir numa festa como essa, então nós vamos propor uma emenda no valor de R$ 300 mil, para ajudar esse evento, para estar dando auxílio que a gente crê que é mais compatível, porque Sinop, que é uma cidade muito maior do que a Alta Floresta e arrecada muito mais, vai investir R$ 1,5 milhão, então por que nós de Alta Floresta temos que dar R$ 2 milhões, com tantas demandas a serem resolvidas, como saúde, asfalto e muito mais”, relatou.
Para o vereador Dida Pires, a prioridade no momento seria a de investimentos em áreas como por exemplo a saúde, onde a população tem enfrentado grandes dificuldades.
“A gente vê aí a população sofrendo, muita gente na fila de espera, na saúde, aguardando para passar por neurologia, ortopedia, enfim entre outras situações. E, no entanto, um valor absurdo, R$ 2 milhões para patrocinar esse evento. Então, nós não estamos negando aqui o apoio a essa festividade, no entanto, não concordamos com R$ 2 milhões. Nunca na história de Alta Floresta se propôs um valor tão alto”, disse Dida.
Os três vereadores irão propor a emenda no valor de R$ 300 mil, essa é uma proposta que será votada por todos os vereadores.
No projeto, o executivo destaca a relevância para a economia, cultura, turismo, educação e o lazer da população. Gerando fomento à economia local, promovendo a geração de empregos diretos e indiretos nos setores de comércio, serviços, hotelaria, transporte e alimentação, além de promover o turismo, atraindo visitantes de outras cidades e impulsionando a visibilidade do Município como destino de eventos de grande porte.
O projeto prevê acesso gratuito à cultura e ao lazer, por meio de programações acessíveis à população, incluindo shows, exposições e atividades recreativas, mas, contará com áreas reservadas para patrocinadores e apoiadores da iniciativa privada.
A venda de ingressos para camarotes e bangalôs já vem sendo divulgada por parte da associação que irá realizar o evento.
O executivo destaca no projeto que a maior parte da estrutura esteja disponível ao público geral, mas não informa em que local este público terá direito a permanecer durante os shows a serem realizados.
O projeto que promete ter amplo debate na câmara frisa que a atuação do Poder Executivo será de natureza incentivadora, limitando-se à participação, no máximo, de 35% (trinta e cinco por cento) dos custos totais do evento.
Os investimentos do município dentro da estrutura do evento e na contratação de shows artísticos poderão ser financiados por meio de recursos próprios do orçamento municipal, convênios e parcerias com órgãos estaduais e federais voltados ao incentivo cultural e turístico, além de receitas oriundas de patrocínios da iniciativa privada, observada a legislação aplicável, bem como outras fontes de financiamento autorizadas por Lei e compatíveis com o interesse público.