sexta-feira, 29 março, 2024
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Agricultores familiares de Alta Floresta aprendem técnicas para comercializar produtos e fidelizar seus clientes

Barracas de alimentos e de artesanato trouxeram um colorido diferente ao pátio do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), no campus de Alta Floresta (830 km ao norte de Cuiabá).

A atividade, realizada em 16 de abril, reuniu agricultores familiares matriculados no curso de Agente de Desenvolvimento Cooperativo, promovido em parceria entre o projeto Redes Socioprodutivas e o IFMT.

O objetivo era colocar em prática as técnicas apresentadas na disciplina “Estratégia de Mercado, Negociação e Poder de Barganha”, que integra a grade curricular do curso.

“Era a primeira vez que alguns produtores participavam de feiras e eles estavam bem ansiosos. E justamente eles foram os que mais se destacaram: colocaram em prática tudo o que aprenderam na disciplina e não ficaram tímidos”, relatou o professor Luan Cândido da Silva, que é técnico em hortifrutigranjeiros do ICV (Instituto Centro de Vida).

Veridiana Vieira da Associação dos Coletores e Coletoras de Castanha-do-Brasil do PA Juruena (ACCPAJ) estava entre os calouros. Segundo ela, a disciplina foi “importante para aprender mais sobre técnicas de marketing, como chamar atenção para um produto e apresentá-lo de forma organizada para conquistar e, principalmente, fidelizar o cliente”.

Os 33 participantes do curso comercializaram doces, salgados, castanhas, bonecas de pano e outros artesanatos. A feira durou três horas e atingiu a marca de mil reais movimentados nos primeiros 30 minutos.

A disciplina ensinou os produtores a contar histórias sobre a origem dos alimentos para estimular as vendas. Os agricultores familiares que participam do Redes Socioprodutivas – realizado pelo ICV com o apoio do Fundo Amazônia – oferecem produtos que geram renda para comunidades locais, fortalecendo a economia da região. Além disso, os alimentos são orgânicos ou em transição para esse sistema, garantindo benefícios para a saúde dos consumidores.

Durante as aulas, os estudantes aprenderam como abordar os clientes e apresentar os produtos. Rosangela Aparecida dos Santos Silva, da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Artesãs de Nova Monte Verde, já tinha experiência com feiras, mas percebeu que os conceitos aprendidos fizeram a diferença. “Esse módulo foi produtivo, pois os professores explicaram muitas maneiras diferentes de comercializar, como a dica de criar o cartaz e disponibilizar um número de WhatsApp para a pessoa poder comprar por lá.” A propaganda boca a boca também funcionou muito bem na prática, em especial na venda dos doces para as crianças.

Marcely Alessandra Federicci da Silva Oliveira, da Associação dos Produtores Orgânicos de Alta Floresta (Aspoaf), lembrou das diferentes estratégias que conheceu por meio da disciplina. “Muitas ferramentas facilitam nosso trabalho e, a partir do momento em que começamos a usá-las, explicando o nosso negócio, saímos do ‘acho’. Várias dessas ferramentas nos dão mais coragem para tomar decisões e fazer investimentos.”

Para Marcely, a feira foi uma atividade muito gratificante. Ela defende que esse é um espaço importante para o pequeno agricultor, que pode divulgar seus produtos e realizar o contato direto com o consumidor final.

Os agricultores também receberam informações sobre o processo de negociação e formas de acessar diferentes mercados: do contato direto com o consumidor em feiras até a exposição dos produtos em supermercados.

Ao total foram 30 horas de disciplina, divididas em três dias, de 13 a 16 de abril. Participaram produtores das cadeias socioprodutivas do babaçu, da castanha, do cacau, do café, de hortifrutigranjeiros e do leite.

Após a feira no IFMT, os alunos se reuniram uma última vez durante uma visita de campo ao sítio de um dos colegas. Foi a oportunidade para relembrar conceitos sobre a organização da produção, que pode aumentar a confiança do consumidor no produtor.

“É importante aprender a vender os produtos no contato com o consumidor. Mas tão importante quanto isso é a preparação para a venda que ocorre ‘antes da porteira’”, afirma Luan.

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