sábado, 18 maio, 2024
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Soja em MT lidera a expansão agrícola no bioma Amazônia

Sob os holofotes globais pelos problemas ambientais que pode gerar em caso de desrespeito ao Código Florestal em vigor no país, a produção agropecuária continua a avançar no bioma Amazônia. Mas, como atesta estudo do Observatório de Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) baseado em dados divulgados este ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o principal vetor desse crescimento, que é o cultivo de soja em Mato Grosso, já tem perdido força.

Maior dos seis biomas do país, o Amazônia, com 4,2 milhões de quilômetros quadrados, (420 milhões de hectares) ocupa 49% do território nacional. Inclui 496 municípios, espalhados por Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Mato Grosso, Maranhão, Rondônia e Tocantins.

Em 2020, a área agrícola colhida no bioma chegou a 11,4 milhões de hectares, com valor da produção de R$ 57,3 bilhões, e Mato Grosso representou 69,9% e 58,6% desses totais, respectivamente. No bioma, a lei permite que os produtores rurais desmatem até 20% da área de suas propriedades. Desmatamentos ilegal não estão no foco do estudo.

Em relação ao ano 2000, quando a área colhida totalizou 3,8 milhões de hectares, a expansão agrícola liderada pela soja cultivada na porção mato-grossense do bioma chegou a 197,5%. Assim, a participação do bioma Amazônia na área agrícola brasileira subiu de 7,7% para 13,7%. A soja representou 71,5% da área em 2020, mas também colaboraram para a expansão observada, além do milho, as produções de mandioca, banana, café, arroz, feijão e palma, de acordo com o trabalho assinado pelos pesquisadores Felippe Serigatti e Roberta Cristina Possamai.

Entre 2000 e 2020, o valor da produção da soja no bioma Amazônia cresceu, em termos reais, 1.563,5% – para R$ 25,2 bilhões -, enquanto no país como um todo a expansão foi de 342%. Com isso, a participação do bioma no valor total da produção do grão passou de 4% para 14,9%. Mas o incremento vem desacelerando desde 2013. Naquele ano, a área colhida cresceu 18,9% ante 2012, enquanto de 2019 para 2020 o aumento foi de 6,1%. A curva do milho, cujo valor da produção no bioma chegou a R$ 11,2 bilhões no ano passado é semelhante.

No caso da pecuária, o destaque são os bovinos, cujo rebanho no bioma Amazônia somou 67,7 milhões de cabeças no ano passado, ou 31% do total nacional. São 36,1 milhões de cabeças a mais que em 2000 (alta de 114,1%). E na região as taxas de avanço ainda têm sido superiores à média nacional, o que mantém ligado o sinal de alerta de ambientalistas e consumidores no país e no exterior. “Ao mesmo tempo, no Brasil o ritmo de expansão foi bem menor na comparação: 28,4%. Consequentemente, o bioma ganhou participação no total do país, uma vez que, em 2000, o percentual era de 18,6% do total”, afirma o estudo do Observatório de Bioeconomia da FGV.

Essa expansão foi puxada pelo Pará, que contribuiu com 33,3% da expansão observada no bioma, mas Rondônia e Mato Grosso também registraram aumentos expressivos dos rebanhos bovinos. “No bioma Amazônia, todos os municípios possuem alguma quantidade de rebanho bovino. Os municípios com o maior número de cabeças de bovinos são: São Félix do Xingu (PA), Porto Velho (RO) e Vila Bela da Santíssima Trindade (MT). Juntos, eles representaram 9,03% do rebanho total da região em 2020”.

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